Qual a idade indicada para começar a tomar café?
Curiosidades Sobre Café, Novidades
16 de agosto de 2021
Tempo de leitura: 4 minutos
Provando o mundo é que as crianças o conhecem, mas quando seria a hora certa de descobrir o café?
À medida que as crianças utilizam seus sentidos e observam os exemplos de pessoas mais velhas, elas gradualmente adquirem conhecimento sobre o mundo ao seu redor. Esse processo de descoberta não é diferente quando se trata da experiência com o café.
O cheiro atraente e o seu aspecto singular do café despertam curiosidade nas crianças levando-as a sentir vontade e pedir para experimentar a bebida.
Saber quando pode ser saudável e seguro introduzir café na dieta infantil é muito importante, pois, assim como outras bebidas ou alimentos, o café possui diversas propriedades que podem impactar diretamente no crescimento e desenvolvimento das crianças.
Alimentação infantil adequada
O bom desenvolvimento, tanto físico quanto intelectual na infância, se liga de forma direta aos hábitos alimentares estabelecidos. O cuidado e atenção com a nutrição infantil são de extrema importância e, portanto, há normativas dos diferentes órgãos de saúde, tanto nacionais quanto internacionais, que preconizam como deve ser a alimentação, principalmente nos primeiros anos de vida.
Até os 6 meses de vida recomenda-se que o bebê permaneça em aleitamento materno exclusivo, de forma que não há necessidade de acrescentar qualquer outro item ou até mesmo água à dieta. A partir dessa idade inicia-se a introdução alimentar, onde a criança passará a ter contato com diferentes alimentos.
Durante essa fase, que se estende até os dois anos, o recomendado é que se ofereça ampla variedade de alimentos, entretanto esses devem ser sempre apresentados da forma mais natural possível, evitando açúcar, refrigerantes, produtos ultraprocessados, dentre outros.
Dos 2 aos 6 anos a criança passa a conviver fora de seu núcleo familiar, entrando na fase pré-escolar, onde provavelmente terá o primeiro contato com os alimentos de baixo valor nutricional, não oferecidos anteriormente. A partir desse momento a evolução alimentar segue com cada vez mais autonomia e a própria criança passa a participar da escolha de seus alimentos e explorar as diversas possibilidades expostas.
Quando posso introduzir o café?
A Academia Americana de Pediatria (AAP) orienta que o café não seja consumido por menores de 12 anos. Segundo estudos, a cafeína, mesmo em doses regulares, traz efeitos negativos para a saúde da criança e até mesmo em adolescentes.
Por que não oferecer café desde cedo?
O café possui efeitos benéficos. Além da cafeína, que funciona como um estimulante natural, a bebida conta com vitaminas e antioxidantes que podem contribuir para a saúde.
São pronunciados os possíveis efeitos positivos do consumo de café, entretanto, eles são realmente válidos quando se trata da população adulta. É possível encontrar bons reflexos do consumo de café na população pediátrica, porém, o risco de causar algum prejuízo ao desenvolvimento é maior.
A cafeína presente no café é um estimulante do sistema nervoso central, o que torna seu consumo perigoso. O sistema neuronal de um bebê ou de uma criança até 2 anos ainda é imaturo e devido a isso não há como fazer previsões de doses seguras a ser administradas, dado que doses ínfimas já são capazes de desencadear efeitos como dores de cabeça, taquicardia e tremores.
Mesmo desconsiderando os riscos de efeitos adversos, o uso da cafeína ainda não é vantajoso, dado que pequenas concentrações já podem proporcionar efeitos significativos, mantendo a criança acordada e em alerta por tempo prolongado.
Tratando-se da população pediátrica, esse cenário é bastante prejudicial, pois além da irritabilidade evidente, proveniente da privação de sono, é enquanto se dorme que é liberado o Hormônio do Crescimento (GH), essencial para o desenvolvimento físico da criança. A redução de horas de sono culmina com uma secreção também reduzida de GH, o que irá gerar um impacto direto na formação óssea e muscular do indivíduo.
Além de seus efeitos diretos, os componentes do café, principalmente cafeína e taninos, também interferem indiretamente no metabolismo corporal, principalmente quando o café é consumido pós-refeição.
As substâncias do café para crianças passam a competir pela absorção com o ferro (essencial para transporte de oxigênio, coordenação motora e aprendizado) e o cálcio (essencial para formação de ossos e dentes e para contração muscular), reduzindo a biodisponibilidade desses íons no organismo.
O café também contribui para a exacerbação de quadros de refluxo, relativamente comum em crianças, uma vez que provoca o relaxamento do esfíncter inferior do esôfago.
Proibir não é o caminho
A recomendação é não ofertar café, a menos que a criança (acima de 12 anos) o peça, e quando o fizer que seja em pequena quantidade, apenas para conhecer essa nova bebida ou sentir seu sabor, de forma periódica e não nociva.
Outra alternativa é a sua substituição por outras bebidas, como sucos, vitaminas ou chás variados.
Pela ampla importância da nutrição, principalmente na fase infantil, é indispensável que o café ofertado à população pediátrica seja de excelente qualidade.
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